A Vida como ela é (Livro)
15 de maio de 2010É comum ver certa resistência do público brasileiro à tudo o que é produzido no Brasil; desafio-te a Ler ao menos o primeiro dos contos em “A vida como ela é” de Nelson Rodrigues, e não se sentir envolvido pelo clima sutil e sujo de tal obra.
É um livro para leituras rápidas, são apenas contos curtos publicados em 1996 sob a forma de uma série em 40 capítulos de cerca de dez minutos cada, todos tratando de relacionamentos, traições e crimes.
A obra de Nelson Rodrigues está recheada de sangue e traição, mas é descrita de forma tão sublime, tão sutil que chega a ser recatada ainda que muito à frente de seu tempo, falando abertamente de temas tão proibitivos, como suicídio, loucura e assassinatos frios sem motivo.
Desde a década de 40, quando começou a escrever seus primeiros contos para um folhetim do jornal “O Jornal” (Publicado no Rio de Janeiro entre 1919 e 1974) sob o pseudônimo de Susana Flag, Nelson acreditava que o subúrbio era o ultimo bastião de decência e de respeito familiar, por isso seus contos se ambientam em bairros simples do Rio de Janeiro e são protagonizados por pessoas de mesma simplicidade que de uma hora para a outra, tem alguma mudança brusca em sua vida, que o leva à uma grande mudança.
“A vida como ela é” é recomendado como um livro introdutório para a obra de Nelson Rodrigues, e para a própria literatura nacional (ao contrário dos livros que nos forçam à ler no colégio). É uma obra excelente, porém não tão marcante para a vida do leitor, tirando algumas frases celebres (que não podem sem publicadas nessa resenha por motivos de censura para certas idades) que certamente entrarão para a lista de frases feitas de qualquer homem que leia tal obra.
Nota final: 7,5 em 10; é um livro fantástico, que vale muito à pena ser lido; mas há trabalhos superiores na obra do próprio autor.
Legal!
Eu particularmente nunca tive grande interesse em ler esse tipo de livro, me traumatizei no colégio com obras do Machado de Assis e cia, heheh… mas confesso que agora estou pensando em começar a ler as obras de Nelson Rodrigues. Valeu Ventura!