A onda

6 de outubro de 2009 2 Por Marta

a_onda_cartazOutro dia a gente estava de bobeira e eu disse “Já que acabaram todos os filmes que a gente queria ver no cinema, vamos naqueles cinemas alternativos da Paulista. Sempre tem algo interessante e as pessoas são mais civilizadas, então pelo menos a gente não vai passar raiva. Além disso, gastamos pouco e podemos jantar por lá mesmo”. A noite quente de começo de primavera começou com a indecisão e várias caras de nojinho ao tentar escolher filmes só pelo pôster, até que vimos o pôster d’A Onda.

(Eu sei que esse primeiro parágrafo parece desnecessário, mas quero que vocês notem como foi descompromissado e quase por puro tédio que entramos naquela sala do HSBC Belas Artes)

Entramos na sala e, melhor do que esperávamos, apesar de ser um filme alemão, faz sentido e tem uma boa narrativa e ritmo. O filme se passa numa escola de ensino médio, onde um professor tem de dar aula de um tema especial durante uma semana. O professor que queria falar sobre anarquia foi obrigado a falar sobre totalitarismo. Para conseguir dar um tema tão chato – principalmente para alunos da Alemanha, faça me o favor! – resolve fazer uma experiência: aos poucos, sem que os alunos percebam, ele vai implementando o totalitarismo na sala de aula. O sistema ganha desde uniforme (a camisa branca) a nome (A Onda) e isso é só o começo.

As coisas começam a sair de controle quando mais e mais gente adere ao movimento, gente de fora da sala ou da escola, e em apenas uma semana a cidade já tem pichações com o logo, adesivos e um grupo grande tem um novo comportamento. No começo, uns ajudam os outros e parece ser bem divertido um crescimento em conjunto, com amigos em comum. Mas desprezar as pessoas fora do grupo é o primeiro sinal que algo vai errado.

Depois de uma semana, as coisas já estão totalmente além do controle do professo e lhe faz pensar “será que é possível?”

Aqui notamos como ter entrado nessa sala de cinema foi importante para nossa formação. Discutimos por horas o que seria melhor, qual seria o melhor tipo de governo, os prós e contras. Discussões que só vocês podem ter com seus amigos e não caberia em uma resenha, mas que fazem parte da experiência do filme.

O filme está em exibição em várias cidades. Em São Paulo, nos cinemas HSBC Belas Artes, Cine Bombril e Cine Sesc. Veja todos os horários, cidades e cinemas no site oficial do filme.

Marta Preuss confessa que quando leu “Baseado em uma história real”, até arrepiou.

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